SOBRE OS RÓTULOS

Existem aquelas definições ridículas que damos a nós mesmos, como por exemplo, "eu sou do metal". O que essa frase significa? Hoje não importa mais, mas quando era adolescente tinha um peso de reafirmação, de me diferenciar, de me sentir parte de algo que eu admirava e curtia. Com o tempo, você percebe que tudo isso é uma grande bobagem, ora, se você curte determinado tipo de música, não é uma roupa que vai mudar isso, muito menos a ausência de uma definição. E isso é de fato: ter segurança de quem você é. Quando uma pessoa que só anda com roupa preta e vive inserido em determinado grupo, do nada resolve mudar seu estilo de vida, ela também é rotulada como alguém que "traiu o movimento". E as pessoas simplesmente te viram as costas porque como um alguém diferente do grupo, você não pode fazer parte daquele meio, externamente você "não é mais do metal". Isso é tão prejudicial que transpassa o sentido da amizade, é só um jogo de interesses. Tipo, "dane-se se você é uma pessoa legal, eles só se importavam com quem você parecia ser". Ouço metal desde os meus 12 anos de idade, adoro o rock mais alternativo e leve, curto algumas bandas de hard rock com influências de rock progressivo, curto música clássica, curto tudo o que gosto e o que me faz bem sem me preocupar se me encaixo em algum grupo, sou livre, não preciso de nenhum grupo pra me motivar a ouvir metal ou qualquer outro ritmo. Necessitei mudar minha apresentação porque eu trabalho, vivo lidando com pessoas, tanto no serviço público como também na área de Design. O cliente quer uma pessoa bem apresentada e que se vista bem, se na sua vida cotidiana você gosta de andar como um mendigo, ok, mas pra sua vida profissional mudar a aparência - infelizmente - conta, e MUITO. Mudei mesmo e não me importo, acho até que muitas mudanças externas fizeram bem pro meu interior. Sobre ouvir metal... Provavelmente é uma coisa que vou fazer pro resto da vida (porque muitas bandas boas continuam surgindo) e não vou deixar de curtir uma coisa por causa da roupa ou do trabalho, eu gosto e ponto. Rótulos não servem pra nada, mas todo mundo gosta de usá-los. A aparência é muito importante pra quem te enxerga, é como as pessoas te indicam pras outras: "a loira", "a ruiva", "a gordinha", "a magrela", "a baixinha", "a altona", "a doida", "a metidinha", "aquela gente boa", etc. São só rótulos, mas alguns bem desnecessários. Nenhum deles define quem somos, a gente precisa estar acima disso e viver a nossa vida... De boa.

SOBRE AS APARÊNCIAS

Engraçado como algumas pessoas têm o hábito de te julgar como um ignorante sem nem mesmo te conhecer né? Acham que são criaturas superdotadas e os outros seres são meros mortais incapazes de discutir sobre qualquer assunto que seja (política, música, religião, filmes, etc), no mesmo nível de intelectualidade deles. O mais interessante é quando, por um acaso, essas pessoas descobrem - por exemplo - que você já estudou piano, canto, design, violão, e muitas outras coisas na vida, então, ficam com aquela cara de babaca quando vão* fazer alguma pergunta "difícil" pra você se sentir um extremo imbecil caso não saiba responder, e então, você não só responde como também acrescenta.
Obviamente não sou o Ludovico Einaudi tocando piano, nem a Celine Dion cantando, nem mesmo o Lucas (hehe) tocando violão, e muito menos a Candice Olson fazendo projetos, mas pode ter certeza que se eu estudei um pouquinho que seja, não sou uma ignorante. E mesmo não sendo uma ignorante, não uso o que sei pra me sobrepor aos outros em extrema arrogância como se eu fosse alguma coisa melhor do que alguém. Prefiro aprender e continuar tendo a consciência de que nunca será o bastante. Assim, sempre vou buscar aprender mais e entender que pra chegar lá tem que ter humildade. Só um verdadeiro idiota acha que já aprendeu tudo a ponto de não precisar aprender mais nada, faz favor né. Não sou um mero assistente administrativo depressivo e entediado que fica jogando candy crush pra passar o tempo, eu tenho MESMO o que fazer e procuro usar meu tempo com coisas ÚTEIS. Então... Antes de tentar subestimar a inteligência e/ou capacidade de outra pessoa pelo que ela aparenta ser, vá ler uns livros, vá estudar, vá ser alguém na vida e parar de falar bosta. O mundo já está tão cheio de idiotas, saia do meio desta estatística lamentável pros teus filhos não terem vergonha de você.