SOBRE OS IDIOTAS

Relaxe, não vim falar sobre você, mas sobre o seu segundo eu (aquele, virtual, simpático, cheio³ de amigos e de bem com a vida sempre). Aquele seu lado imbecil que só existe por trás da tela, porque na vida real... de fato, somos o que somos, e o que somos nem sempre é tão bom quanto parece. Mesmo quando você tem 1000 contatos... Acredite, metade não vai com a sua cara, eu já até me acostumei com isso, fica a dica. Não há mais tantas verdades nas pessoas, quando falo verdades falo de textos como este, que muitos vão ler e achar maior merda mas não vão comentar nada do que pensaram (e eu sei que vão pensar coisas não tão boas hahaha). Nesses comentários ridículos de facebook, toda a nossa vida se torna perfeita; quando transmitida pro "reino virtual" tudo fica lindo, colorido e sorridente; todo mundo acha feio roubar, falar mal dos outros, todo mundo odeia falsidade (inclusive os falsos - também não entendo), entre outras coisas. Inexplicavelmente as pessoas ganham uma auréola de anjo e ficam santas, corretas e fofinhas com todo mundo. Nesse reino virtual há quem se ache plebeu e a quem se julgue rei, e destes, quero só ser observadora. Posso defini-los em dois grupos: os idiotas e o aduladores, este último igualmente idiota mas com uma dose extra de encheção de saco. Ora, é só disso que se trata não é mesmo? Ter uma rede social pra ter gente puxando teu saco e puxar o saco de outras pessoas (por que não?), e aí o ego fica mais aliviado já que na vida REAL você é um zero à esquerda que não dá a mínima pra quem está ao seu redor. Redes sociais, não vou criminalizar e dizer que não servem pra nada, porque óbvio ajuda muita gente em seus contatos, trabalhos, etc. Mas e o que não tem nada a ver com isso? Sabe, é bem louco pensar isso, mas... Se todos colocassem fotos de seus rostos exatamente como se sentem, veríamos que muitos sorrisos seriam lágrimas, e se só verdades fossem comentadas... Não teríamos tantos "amigos" como pensamos ter. É por isso que descarto os números, dispenso bajulação barata e gente metida a besta achando que entende tudo de política, música, religião e caramba a quatro. São todos imbecis querendo na verdade, um pouquinho de atenção. Talvez essa seja a real intenção das redes sociais, é o fantástico mundo de Bob de muita gente, um lugar perfeito, com pessoas perfeitas, onde todos te amam e querem estar com você. Mas no dia-a-dia, na hora do vamo vê, você está lá... Sozinho, sem sorrisos, sem amigos, sem paparicos e incentivos. É nessa hora que você percebe que é um idiota, assim como todo mundo... Querendo apenas, uma fuga da realidade.

SOBRE O INEVITÁVEL

Passamos grande parte de nossas vidas tentando evitar a dor, a desilusão, o sofrimento, o medo e as frustrações. Desde muito pequenos ouvimos alguém dizer: "mais devagar para não se machucar!", "não brinque assim senão vai doer!", ora... Se a vida é feita de dores e machucados, deveríamos ser incentivados a aprender lidar com o que é ruim desde novos, pois, quando crescemos entendemos que o mal não pode ser evitado e ele infelizmente faz parte da vida.
Poderia passar horas falando sobre minhas cicatrizes e o que elas representam, de algumas consigo até lembrar da dor (rs). Elas fazem parte da minha história, de forma que se não existissem não teria sentido algum em começar a escrever este texto... Sem saber, fui preparada pra vida e pros socos e rasteiras que ela dá. Como a cicatriz que tenho no queixo, um pequeno corte que manchou todo meu uniforme da escola de sangue num dia de chuva que escorrei e caí direto com a face no concreto. Lembro de sujar o carro do diretor do colégio de sangue, de gritar igual uma louca na hora de levar os pontos. O que pudermos ir evitando, vamos dando um jeito, o que não der... É melhor encarar. Sejam esses pequenos cortes, dores ou machucados... A vida se encarrega de curar tudo isso, o melhor remédio não é o tempo, mas o amadurecimento.

SOBRE OS RÓTULOS

Existem aquelas definições ridículas que damos a nós mesmos, como por exemplo, "eu sou do metal". O que essa frase significa? Hoje não importa mais, mas quando era adolescente tinha um peso de reafirmação, de me diferenciar, de me sentir parte de algo que eu admirava e curtia. Com o tempo, você percebe que tudo isso é uma grande bobagem, ora, se você curte determinado tipo de música, não é uma roupa que vai mudar isso, muito menos a ausência de uma definição. E isso é de fato: ter segurança de quem você é. Quando uma pessoa que só anda com roupa preta e vive inserido em determinado grupo, do nada resolve mudar seu estilo de vida, ela também é rotulada como alguém que "traiu o movimento". E as pessoas simplesmente te viram as costas porque como um alguém diferente do grupo, você não pode fazer parte daquele meio, externamente você "não é mais do metal". Isso é tão prejudicial que transpassa o sentido da amizade, é só um jogo de interesses. Tipo, "dane-se se você é uma pessoa legal, eles só se importavam com quem você parecia ser". Ouço metal desde os meus 12 anos de idade, adoro o rock mais alternativo e leve, curto algumas bandas de hard rock com influências de rock progressivo, curto música clássica, curto tudo o que gosto e o que me faz bem sem me preocupar se me encaixo em algum grupo, sou livre, não preciso de nenhum grupo pra me motivar a ouvir metal ou qualquer outro ritmo. Necessitei mudar minha apresentação porque eu trabalho, vivo lidando com pessoas, tanto no serviço público como também na área de Design. O cliente quer uma pessoa bem apresentada e que se vista bem, se na sua vida cotidiana você gosta de andar como um mendigo, ok, mas pra sua vida profissional mudar a aparência - infelizmente - conta, e MUITO. Mudei mesmo e não me importo, acho até que muitas mudanças externas fizeram bem pro meu interior. Sobre ouvir metal... Provavelmente é uma coisa que vou fazer pro resto da vida (porque muitas bandas boas continuam surgindo) e não vou deixar de curtir uma coisa por causa da roupa ou do trabalho, eu gosto e ponto. Rótulos não servem pra nada, mas todo mundo gosta de usá-los. A aparência é muito importante pra quem te enxerga, é como as pessoas te indicam pras outras: "a loira", "a ruiva", "a gordinha", "a magrela", "a baixinha", "a altona", "a doida", "a metidinha", "aquela gente boa", etc. São só rótulos, mas alguns bem desnecessários. Nenhum deles define quem somos, a gente precisa estar acima disso e viver a nossa vida... De boa.

SOBRE AS APARÊNCIAS

Engraçado como algumas pessoas têm o hábito de te julgar como um ignorante sem nem mesmo te conhecer né? Acham que são criaturas superdotadas e os outros seres são meros mortais incapazes de discutir sobre qualquer assunto que seja (política, música, religião, filmes, etc), no mesmo nível de intelectualidade deles. O mais interessante é quando, por um acaso, essas pessoas descobrem - por exemplo - que você já estudou piano, canto, design, violão, e muitas outras coisas na vida, então, ficam com aquela cara de babaca quando vão* fazer alguma pergunta "difícil" pra você se sentir um extremo imbecil caso não saiba responder, e então, você não só responde como também acrescenta.
Obviamente não sou o Ludovico Einaudi tocando piano, nem a Celine Dion cantando, nem mesmo o Lucas (hehe) tocando violão, e muito menos a Candice Olson fazendo projetos, mas pode ter certeza que se eu estudei um pouquinho que seja, não sou uma ignorante. E mesmo não sendo uma ignorante, não uso o que sei pra me sobrepor aos outros em extrema arrogância como se eu fosse alguma coisa melhor do que alguém. Prefiro aprender e continuar tendo a consciência de que nunca será o bastante. Assim, sempre vou buscar aprender mais e entender que pra chegar lá tem que ter humildade. Só um verdadeiro idiota acha que já aprendeu tudo a ponto de não precisar aprender mais nada, faz favor né. Não sou um mero assistente administrativo depressivo e entediado que fica jogando candy crush pra passar o tempo, eu tenho MESMO o que fazer e procuro usar meu tempo com coisas ÚTEIS. Então... Antes de tentar subestimar a inteligência e/ou capacidade de outra pessoa pelo que ela aparenta ser, vá ler uns livros, vá estudar, vá ser alguém na vida e parar de falar bosta. O mundo já está tão cheio de idiotas, saia do meio desta estatística lamentável pros teus filhos não terem vergonha de você.

Sobre o amor

Naquelas lembranças de ano novo já tão velho
Ainda vejo o seu jeans rasgado e seu boné virado pra trás
Lembro do seu sorriso em câmera lenta bem diante dos meus olhos
E sinto saudades daquele dia em que nos conhecemos
Era um verão comum, você reparou no meu manequim 44
E na cor do meu cabelo vermelho que brilhava ao sol das três da tarde
Mal poderíamos saber que éramos feitos um pro outro
Foi por um instante de distração que nos perdemos
Durante um longo tempo tateando em absoluta escuridão
Tentando nos encontrar em outros lugares, em outros abraços e sorrisos
Nada parecia familiar em ninguém, nem mesmo o som da voz
Em nenhum olhar havia abrigo para o nosso sorriso repousar
Até nos reencontrarmos em meio toda aquela confusão
Ali... Bem diante de mim estava você com seu velho jeans rasgado
Som de metal bem ao fundo e até o solo mais pesado parecia melodia romântica
Não sabíamos muito bem do que chamar o que estávamos sentindo agora
Então, apelidamos de "um carinho muito grande", que se tornou paixão
E a cada dia se torna amor... E mais alguma coisa que não sei descrever.
Só sei que meu conforto é estar dentro do seu abraço ouvindo sua respiração
Minha paz é saber que encontrei o amor e ele me encontrou.

~


Caminho. Julgamento. Transição. Imposições. Culpas. Mudanças. Conceitos. Fragilidades. Gostos. Emoções. Opiniões. Visão. Sonhos. Perspectiva. Dores. Alegrias. Esperança. Crença. Cicatrizes. Tradições. Personalidade. E no meio de tudo isso que nos torna tão humanos, estão nossas ações ora construindo pontes até o outro, ora cavando abismos ainda mais profundos.

Escolhas.

A glória dos 23

Não sei ao certo quando as primeiras rugas começam a surgir, é uma mudança lenta e geralmente só consigo reparar olhando um retrato. Ter meus 23 anos tem a sua glória, deixo meu casulo para trás e preparo-me para voar.
Há tanto conforto na jaula que sempre me aprisionou, que nunca senti uma falta real da liberdade, mas cá estou eu, rompendo minhas prisões, aniquilando os meus monstros, tentando me superar antes de tentar mostrar pra qualquer pessoa o que posso ser. Porque é isso que realmente importa, provar para mim mesma que eu posso ser o que desejar.
O tempo de espera acabou, eu quero voar porque as minhas asas quase engessaram esperando por este momento. Deixo para trás muitas coisas enquanto corro para beira deste precipício, e vou vasculhando cada compartimento de mim e me desprendendo com a força do ar. Isto está me rompendo, me arrebentando, porque mudar dói de verdade. Mas agora abro minhas asas, desfruto deste ar gelado e puro que me invade...
Agora sei como é voar!

Das coisas passageiras

Cada segundo que passou escorregou por entre os dedos junto as oportunidades desperdiçadas e com as escolhas que deixamos de fazer. Por algum motivo curioso sempre precisamos eleger coisas na vida, sempre estamos em dúvida e saber o que se quer parece não ser o bastante... Sempre iremos querer mais. E a vida não se sacia de nos importunar com as escolhas. O que vai fazer com elas? Pressionados contra a parede com o abdome contraído vamos perdendo nosso fôlego. É o bem ou o mal, falar ou se calar, fazer ou deixar de fazer, comer ou se abster, parar ou continuar, correr ou deitar, desistir ou lutar. Céu ou inferno. E desta última tenho algo a dizer...
Engraçado que muitos de nós dizemos querer ir para o céu, que é o nosso ideal de lugar perfeito, mas temos o "incrível dom" de fazer da nossa vida e da vida dos outros um verdadeiro inferno. Oo Não há nada de divino nisso, e se há paraíso para as boas pessoas como diz a bíblia, com certeza ele não incluirá os hipócritas. Veja, agir pelo bem vai muito além do ato de portar um bíblia, deixar de fazer algo que considera "abominável", viver em uma busca incessante por aprovação dos outros, o mundo está saturado de religiosos e acredite você ou não, isso também irá passar... Todos iremos. Agir pelo bem é propagar a paz, é tentar pacificar e reatar laços partidos, é buscar o amor na mínimas ações e valorizar isso, é reconhecer quem está sempre com você e por você, é demonstrar gratidão quando "a ocasião" não pede, é ser piegas MESMO e dizer "eu te amo" fora de hora. É olhar para o próximo com compaixão, é olhar pros problemas e imaginar que ainda há muito mais para se agradecer do que para se queixar. E sinceramente não acho que isso tenha a ver com religião, mas com um coração que aprendeu a ser feliz se descobrindo na felicidade alheia. Coisas passageiras que posso me lembrar no momento são todas aquelas coisas que perdem a beleza frente à correria absurda do ser humano. Não consigo mencionar apenas uma coisa, nada é dispensável, tudo se perde. Precisamos de um pouco mais de calma, diminuir o ritmo... Viver com mais emoção cada segundo desses que se passaram, por exemplo, enquanto líamos este texto.

Sobre ser

Levei anos construindo muros ao meu redor e de repente derrubá-los, é difícil. Passei tanto tempo tentando entender as pessoas que esqueci de procurar entender a mim, perdi parte da minha vida deixando de fazer o que gosto pensando: "mas beltrano vai me achar idiota", nunca me dei conta de que o preconceito sempre foi meu e não das pessoas e todos esses "achismos" não passavam de medos de ser quem sou. Eu me esqueci de como era bom ser criança e não me importar com os julgamentos alheios, me esqueci o quanto é bom deitar no chão e ficar desenhando coisas nas nuvens, pular dentro das poças de chuva, pular por cima das ondas quebrando a beira mar, rolar na areia... esqueci de ser menos séria, menos "gente grande". Acreditei que me mantendo mais calada e sisuda, as pessoas me levariam a sério, dariam atenção pro que eu digo, achei que eu poderia parecer - como é que se diz mesmo? - hm... ah, sim! Adulta. Que palavra infeliz. Tudo o que sempre quis era crescer pra poder dizer: "agora mando no meu nariz", e agora bateu aquela síndrome de Peter Pan... Gostaria de ter sido criança pra sempre...

Experimentei

Eu experimentei dos sonhos, das ilusões de criança, dos mundos imaginários e de um universo paralelo que criava todas as tardes em que ia para o quintal brincar "na floresta". Eu experimentei espinhos no pé, ralar o joelho, cair de patins e apostar corridas de bicicleta, na minha pele estão as marcas que esse tempo deixou. E eu viveria tudo novamente. Eu experimentei a primeira nota vermelha na escola, perder algo/alguém, experimentei da solidão como a melhor das amigas. Busquei novos sonhos, novas ilusões, criei meu outro universo paralelo... A música. E nela eu mergulhei cada vez mais fundo, me inundei, transbordei. E as aulas de piano eram os dias mais felizes da semana, e as tardes tocando eram minhas horas de paz. Descobri que também poderia escrever, transbordar em palavras no papel o que eu não era capaz de falar. Experimentei a pré-adolescência, adolescência e todos os dilemas da 'terrível' idade. Experimentei uma devastadora mudança de cidade, clima, pessoas, mudança de mundo. Tive de entender, me conformar, amadurecer. Então fiz "amigos", mais do que achei que seria capaz de ter durante toda uma vida, mas logo experimentei das primeiras decepções, tive de aprender que nem todos são o que são, que há mais mentira e maldade no mundo do que eu havia conhecido até então. E aconteceu comigo o que acontece com a maioria dos animais selvagens que são educados na vida urbana, me tornei civilizada (haha). Eu experimentei da grande transição para a fase adulta, e diferente de tantas pessoas, não soube lidar muito bem com isso. Voltei atrás, me fechei novamente, achei que era a melhor coisa a se fazer. Fiz meus planos, criei minhas rotas e comecei a caminhar como bem entendia... Estava determinada. Construí muros ao meu redor e fui me contorcendo dentro desse quadrado; me sufoquei dentro dele mau cabiam meus pensamentos e respiração. Me tornei rude, radical e linha dura. Diziam: "que personalidade forte você tem". E eu pensava: "queria ter sido sempre assim". É que eu estava cansada de não ter uma opinião que fosse realmente minha, estava cansada de tentar agradar a todos e viver sempre infeliz. Estava cansada de viver dentro de uma carcaça de uma pessoa que eu não era. Queria que me vissem como sou, que me julgassem e me deixassem de lado (tudo bem), mas se alguém tivesse de permanecer, que fosse por amor verdadeiro. E cá estou eu, ainda aprendendo a viver, ainda aprendendo a lidar com as pessoas. De tudo que passou, de todas as dificuldades e decepções que temos que enfrentar na vida, encontrei amigos. Diferentes dos padrões que eu estava acostumada a encontrar. Amigos raros, únicos, capazes de quebrar todos os muros ao meu redor para encontrar meu coração e conquistá-lo para sempre. Queria que soubessem que não apenas hoje, mas durante todo o tempo desde que entraram na minha vida, eu nunca mais serei a mesma. Vocês me deram algo que até então eu não conhecia. O amor que sinto por vocês é uma das melhores coisas que achei que fosse capaz de sentir por alguém que não é sangue do meu sangue, mas é como se fosse  Posso contá-los nos dedos de apenas uma mão e ainda sim a importância que têm para mim está para além do infinito. Amo vocês, obrigada por existirem e por permanecerem na minha vida mesmo diante das tempestades. Com vocês... Eu experimentei a felicidade!

Provérbios 17:17

Vida.

A gente tenta ser simples, mas continua complexo.
Nessas idas e vindas e tentativas frustradas de descomplicar a vida, ela cada vez mais se enrosca, se embola, se estapeia com seus conceitos que mudam dia a dia.
E o fácil fica tão difícil de ser correspondido, as pequenas coisas vão se perdendo com o corre corre, e a gente vai esquecendo a graça das pequenas coisas; e passamos a não ser recíprocos no sorriso, no "muito obrigada", no abraço e em demonstrar o que sentimos por todas as pessoas que amamos.
E a vida passa, fria, cautelosa, cheia de dedos e economia com ações que deveriam ser dadas em abundância. E a vida se torna medíocre, mesquinha... Sem valor.
Não sei porque continuamos complicando todo o universo que nos cerca, quando tudo deveria ser simples, quando ser simples bastaria para tudo.
Sendo bobagem ou não, expressar o que se sente seja da maneira que for, continuará sendo algo de valor, porque se fosse uma besteira não haveria porque existir carinho... Manterei minhas palavras, meus textos bobos, minhas idiotices de criança, porque é com as crianças que tenho apreendido o valor de um sorriso e de um atitude de gratidão. Mesmo que o mundo se torne frio e impermeável aos sentimentos bons, a gente precisa manter esse nosso lado de criança, pois, ao menos a criança sabe corresponder quando alguém a trata com amor.

Só acho.

" [...] Que minha solidão me sirva de companhia
que eu tenha a coragem de me enfrentar
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo".

{Clarice Lispector}

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Lancemos aglutinante asfáltico sobre estes buracos, plantemos flores à beira da estrada, sentemos a cada por do sol abaixo da árvore da Vida e esperemos por outro raiar do dia. Porque o amor é assim, uma caminhada longa e complicada, caminhada essa que poucos estão dispostos a fazer. Dói o pé, cria bolhas e em certos momentos você se sente tão cansado, mas Deus é tão bom que deposita forças e graça a cada dia. Que saibamos usar as dificuldades a nosso favor, que isso nos faça crescer, que faça de nós um ser humano melhor... Porque somos parte um do outro, somos um só.

Bom dia!

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Nosso tempo aqui é tão curto, mas mesmo assim insistimos em viver como se nossa passagem aqui na terra fosse longa, mas não é. Eu não sei nada sobre o tempo e sobre as rotas da vida, a única coisa que eu sei é que não temos todo o tempo do mundo, nem todas as oportunidades para acertar, mas há escolhas na vida que são únicas e a pergunta que te faço é: Direita ou Esquerda? Você precisa escolher para onde está indo. A vida é preenchida por escolhas e agora é a sua vez de tentar acertar.

Bom dia!

Vazio

Existe uma parte de mim que tenta compensar os estragos das "ausências"; e quando digo ausências não falo somente de pessoas, mas de momentos, coisas e sentimentos. Abstratos. Intocáveis. Eu defino como ausências por não saber exatamente o que ou quem são, sei somente que faz falta.  Essa minha parte pode ser nomeada basicamente de estressada, ansiosa e possui níveis de sanidade mental totalmente alterado. É controladora, tem um senso de justiça apurado e explode frente às desigualdades e impunidades do mundo. Essa parte se diz forte, mas não é. É impulsiva, agressiva... Ela é sangue.
Já a outra metade tenta o diálogo. Consegue lidar com desafios e experimenta da tolerância e complacência. Teoricamente ela tenta compensar a outra parte que é totalmente descompensada. Aí vão horas com autoterapias musicais, e outras válvulas de escape que surgem no meio do caminho. Ferramentas úteis na hora de tentar não enlouquecer. É conflitante tentar entendê-las. É angustiante viver entre essas duas pessoas que no final das contas sempre serão eu. É difícil dominá-las, digeri-las e transformá-las em algo menos "agressivo" para o lado externo. É difícil ter uma linha de personalidade tão definida e tentar
confrontá-la e maquiar certos sentimentos. Como lidar?
E cá estou eu me afundando cada vez mais em cavernas dentro de mim, acreditando que a melhor solução para todas as "outras coisas" é guardar em algum buraco dentro do coração e lançar ao esquecimento os problemas que considero insolucionáveis. Dizem: "Deixa, o tempo cura tudo". Pf! Conversa fiada. O tempo não cura nada. Não adianta esperar pelo tempo, porque ele não resolve nossos problemas como todos dizem. O tempo não aplaca saudades, não repara mal entendidos. O tempo não pede perdão por você, o tempo não arranca a mágoa do peito. O tempo só mascara... O tempo ameniza em doses homeopáticas aquela dor que antes era tão insuportável, mas isso não é cura, é costume. A gente passa a conviver com esses conflitos, com essas dores, com esses sentimentos trancados dentro de nós e uma hora ou outra nosso lado mais insano prevalece. Então, eis aí a grande questão que ainda não obtive resposta, como lidar? Ao final somos apenas isto... Uma água fina que escorre dentro de uma gruta vazia. Somos VAZIOS. E a nossa vida é correr incansavelmente tentando preencher nossas ausências...

Pedaços.

Eis nós aqui outra vez, mesclando nossa liberdade de ação com a indiferença, erguendo nosso orgulho, razão e juízo contra a parte mais frágil de nós. O que há depois disso? Acaso não há uma reação para toda ação? Passam-se então os momentos, os dias e mais dia menos dia, estaremos vazios de novo, procurando o nosso porto seguro nos olhos de quem nos acolhe, sem no entanto, encontra-los. Esse é o ciclo da vida, apesar de dizerem que não há início e nem fim, todo grande laço, toda forte amizade, todo amor inquebrável e juras de lealdade eterna entre amigos, irmãos, amantes... Tudo isso pode um dia se romper. Pode se quebrar.
Quem reconstrói o que você demoliu com suas palavras?
Quem junta os cacos e cola pedacinho por pedacinho quando você vira as costas? Quem arma uma rede entre nossas distâncias e tenta fazer disso no mínimo algo bom? Quem preenche as lacunas do silêncio com uma tentativa ou outra de se reconectar e depositar amor e cuidado onde em algum momento faltou?
Cá estamos nós. Somos uma sociedade entupida de gente egoísta, arrogante e ingrata. Pessoas cheias de razão e de orgulho! Pessoas cheias de coragem quando se trata de lançar doses de indiferença no outro, mas que não possuem a mesma na hora de olhar nos olhos e dizer: “vamos conversar, vamos resolver nossas diferenças, vamos deixar o amor reinar sobre essa pequena farpa no dedo”.Acho que não dá pra falar muito sobre uma situação quando você não está vendo “do lado de fora”, é triste... É doloroso... Mas tudo que nasce, um dia morre.

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"[...] All the folly of the past 
Though I know it is undone 
I still feel the guilty one 
Still trying to make it right
So I whisper soft your name 
And let it roll around my tongue 
Knowing you're the only one who knows me 
You know me..."

"A culpa é do diabo"

Sei que o diabo sempre foi visto como o vilão universal das coisas ruins que acontecem. Mas venhamos e convenhamos, muitos usam isso por conveniência, ou não? Afinal, soa muito mais bonito dizer que a culpa é de outra pessoa, seja esta um ser de carne e osso ou qualquer figura mitológica/espiritual... Tanto faz, desde que a culpa não seja sua, certo? Vejo isso se repetindo em ciclo doentio desde que me entendo por gente, até porque é mais fácil falar que a culpa é de outro do que admitir que és uma pessoa egoísta, grossa e hipócrita; é mais fácil acusar o diabo, já que ele é mesmo alguém ruim e claro, esse papinho fiado cola com tudo. Mas o que acha de experimentar, pelo menos uma vez na vida, assumir a responsabilidade pelos seus erros, e as consequências dos mesmos? Ou será que vai continuar nessa, postergando sempre uma mudança de atitude e encobrindo suas melecas com desculpas esfarrapadas?