O Tempo vai.

O tempo vai embora mais uma vez... sem dizer adeus.
Não falo das horas e de todos milésimos de segundos embutidos nelas...

Falo daquele sorriso que passou por mim hoje de manhã, e eu não retribui.
Falo da oportunidade de ajudar alguém, que eu desperdicei.
Falo do tempo perdido que foi demasiadamente engolido pelo meu egoísmo.
Bem ali, dentro dos milésimos de segundos embutidos nas horas do tempo que foi embora sem dizer adeus!

Eu pude dividir, mas despedacei.

Despedacei meu tudo em migalhas de afeto... Não quis doar muito,
Afinal, o que sobraria para mim? E para mim, nada?
O 'mim', o 'eu', o 'meu', sabe-se lá quando usar corretamente o meu português
Mas sempre sou eu, atrás dos 'meus', vendo o centro do universo em um umbigo gordo - o meu.
Vendo, vender. Será que é só nisso que a gente pensa? Dinheiro, dinheiro, dinheiro. E felicidade, nada?
O tempo vai embora mais uma vez... sem dizer adeus.
Eu até quis aquela brisa de novo, tocando meu rosto, trazendo consigo um cheiro de vida...
Eu até quis dividir meu abraço, meu refúgio nessas idas e vindas...
Querer, eu até quis... O fazer, é que não deu muito certo.
Perdi tudo parecendo ter ganho o mundo... Felicidade que nada, era só encenada.
Eu queria ter dito adeus, queria mesmo dizer que passou por mim o tempo e eu o abracei
Dizer coisas bonitas, "gosto de você", "vamos tomar um sorvete"
Trocar aquela gargalhada, contar uma piada.


Mas agora, nobre amigo... O teu tempo te carregou no colo, disse que em outro lugas eras bem-vindo

Não pude acenar, nem ao menos o vi passar... Mas onde quer que estejas: foi bom um dia te encontrar.

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